Meus Refugios...

Disseste-me um dia nestas longas férias que te sufocava. Discutimos já não sei porquê, mais um motivo sem importância mas que para variar levo muito a sério. Onde acabo por fazer-te mal. A agredi-te em palavras tudo o contrário do que penso. Tudo o contrário dos meus sentimentos por ti… E disseste que te sufoco, que andávamos juntos tempo demais e que nem tempo um para o outro tínhamos… Na altura sei que saiu a exagerado. Pedis-te desculpa e não ligamos mais a isso…

Hoje, penso e acho que tinhas um pouco da tua razão. Acho que quis tanto aproveitar as férias que nem liguei a mim própria nem te dava grande espaço. Havia dias que também eu queria estar descansadinha no meu mundo, e não ficava por ser um vício estar sempre contigo. Acho que passei por uma dependência, onde não me apercebia que afinal há sempre tempo para tudo e por não querer/poder estar com a outra pessoa não quer dizer que a amamos menos, mas sim que respeitamos tanto o nosso espaço como o dela. Hoje sei isso, e sei o quanto é importante dar o tal “espaço” porque também chego a precisar dele, mesmo não dando tanto a entende…

Eu sei que vou te amar...
     ... por toda a minha vida eu vou te amar...
Em cada despedida eu vou te amar...
     ... desesperadamente, eu sei que vou te amar...
E cada verso meu será...
     ... prá te dizer que eu sei que vou te amar...
Por toda minha vida...
Eu sei que vou chorar...
     ... a cada ausência tua eu vou chorar...
Mas cada volta tua há de apagar...
     ... o que esta ausência tua me causou...
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver...
A espera de viver ao teu lado ...
     ... por toda a minha vida...

Tenho-te aqui e já me habituei a isso. Para a semana já cá não estou. Para a semana tudo vai voltar ao normal e vamos estranhar muito estar longe um do outro. Mais uma fase virá. As saudades vão apertar. Vou sentir a tua falta. Vais sentir a minha. E tudo voltará a ser como era. Vou deixar de ter-te ao meu lado como me habituei nestas longas férias. Vou voltar a sentir saudades de nós. Voltar a chorar, gritar, implorar por ti… Mas a vida continua. E afinal vou ter-te igual ao meu lado, se não fisicamente, mentalmente.